domingo, 10 de abril de 2016

Grandes Séries e suas Reviravoltas


Está um tremendo deleite para quem acompanha as séries feitas nos EUA nos últimos anos. Nunca apareceram ao mesmo tempo tantas séries de qualidades tanto técnica quanto de roteiro. Para quem acompanha a TV à cabo, ou o sistema de Streaming, on demand então... Destes últimos o melhor tem sido o Netflix que vêm disponibilizando ótimas séries.
Mas o que tantas séries boas tem em comum? Hoje o grande lance nas séries de TV são as chamadas 'reviravoltas' de trama que geralmente costumam ocorrer em finais de temporadas. Quem acompanha séries como Game of  Thrones e Walking Dead sabem muito bem o que estou falando.

Parece que os roteiristas resolveram se esmerar em tentar surpreender o público com mudanças radicais nas histórias e nas vidas de personagens para garantir a audiência. Foi-se o tempo em que cada capitulo de uma série se encerrava com um tema de inicio meio e fim.
Este recurso claro, não é novo e surgiu nas pioneiras novelas de rádio e nos filmes de matinês das décadas de 40. As histórias nunca terminavam no fim do capitulo dando um gancho para uma continuação no episódio posterior. Este recurso obrigava o espectador a ir no outro dia ver o episódio seguinte para ver a conclusão.

Outra escola do gênero foi os quadrinhos que sempre fizeram isto, tanto que se você perder uma edição do seu super-herói favorito perde-se toda a trama e fica perdido. Assim, você é obrigado a comprar religiosamente toda as edições para poder enfim ver o encerramento da trama.

Não distante de nossa realidade as novelas também usam este recurso e assim o povo tem que esperar o próximo capitulo para ver a trama concluída.Velhos métodos, boas ideias que sempre funcionam!
Para ser mais específico com esta formula temos duas séries espetaculares que se tornaram referência no
gênero: Walking Dead e Game of Thrones.

Em Walking a cada final de temporada alguém morre (muitas vezes é um personagem secundário do núcleo dos protagonistas mas sem tanta relevância dos mesmos). Alguns personagens que morreram na série simplesmente seguiam o mesmo destino da trama original dos quadrinhos (isto ocorreu muita nas primeiras temporadas). Porém, alguns personagens que nem sequer existiam ou tinham tanta importância nos gibis ganharam admiração dos telespectadores na série. Culpa dos roteiristas que para se distanciarem da trama dos gibis foram aos poucos fazendo modificações, algumas bem vindas, outras nem tanto.

Um caso clássico foi o personagem do Governador que era um grande vilão nos quadrinho e na série teve a sua participação limitada. Outro caso polêmico é o 'morre e não morre' do personagem Glenn. Nos quadrinhos o cara já morreu, mas na série devido o carisma do ator e do personagem ficou difícil elimina-lo.

Já em Game of  Thrones, as reviravoltas já existiam nos livros de R. Martin. O problema começou quando o personagem de John Snow morreu na última temporada. Nos livros originais não é citada a sua morte, mas os roteiristas do seriado preferiram matar o personagem que tinha tudo para ser um dos heróis da trama de forma dramática e cruel.
Com isto, vários fãs enviaram e-mails para a HBO ameaçando não assistir mais o seriado caso o personagem não voltasse. No fim prevaleceu até o que se sabe o gosto dos roteiristas. Martin ainda não terminou de escrever os livros da saga e a série será feita sem os livros como mote. O que será que pode acontecer agora?

Antes que alguém me critique, quero dizer que gosto das reviravoltas de trama. Muitas delas são realmente surpreendentes e marcantes e deixam as tramas mais movimentadas. Mas, existe também o medo de que se abusarem deste recursos as séries fiquem complexas demais e até cansativas de se acompanhar. Quantos personagens terão que morrer para manter um seriado? Não podemos esquecer do caso de Lost, uma série que tinha inúmeras reviravoltas e que no final não agradou o público na temporada de encerramento.


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