sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Contando uma história 3

O MENINO QUE VISLUMBRAVA MONSTROS
©2013 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência
CAPITULO II
Enquanto as sugestões do padre Lucas são acolhidas, Kauê continua a ter pesadelos mesmo rezando para Deus lhe livrar do mal. Os monstros teimam em continuar a aparecer em seu quarto e lhe tirando o sono.
Neste meio tempo começou a semana de jogos inter classes na escola Nossa Senhora da Paz. Alunos do ensino fundamental e médio participam de jogos que duram uma semana no ultimo semestre escolar.
A diretora Suprema procura manter a ordem mesmo nestes dias em que a alegria dos alunos seria tão natural. Sabendo que as meninas tentarão se arrumar para chamar a atenção dos meninos e estes em contra partida tentarão conquistá-las a diretora tomou as seguintes medidas: as garotas não devem usar mini saia, nem roupas que deixem a barriga de fora, também são proibidas os usos de brincos e maquiagem; para os meninos: nada de palavrões, nem tirar as camisas durante a comemoração de alguma vitória e muito menos fazerem gestos obscenos para as meninas.
Enfim, no colégio a paz e a ordem devem reinar soberanas. O que não impede que apreciemos grandes jogos. Na primeira semana, por exemplo, o time do Pedrão (o valentão da escola) estava ganhando de 3 X 0 do time do fundamental da turma da qual Kauê fazia parte.
Como é muito estabanado e afoito Kauê nunca é chamado para integrar o time da turma. Então, fica nas arquibancadas na maioria das vezes imaginando o que faria se pudesse jogar. Pega o caderno de desenho e fica desenhando as jogadas que poderia fazer.
No mundo real, é Pedrão quem manda na quadra de esporte! Sem dificuldades fez dois gols de pênalti e por fim, o terceiro de longe do meio de campo. O público fica em alvoroço e mais uma vez Pedrão era o destaque do campeonato. O único problema é que sua estrela teria o brilho ofuscado por outro jogador mais experiente que ele.
No time do ensino médio havia um aluno chamado Claudio. Ele era afro descendente, alto e bastante forte. Toda a escola o conhecia, era quase um ídolo. As meninas sorriam e mandavam beijos para ele e os meninos sentiam inveja e admiração. Como falam na gíria ‘ Era um descolado!’.
O Claudio praticamente corria o campo todo sozinho, desviando dos adversários com incrível velocidade. Não demorou muito e logo fez dois gols e três assistências de forma soberba. No fim, o placar terminou de 5 X 0 para o seu time. Claudio mais uma vez era a estrela da semana de jogos inter classes.
Pedrão nunca aceitou a fama de Claudio e por diversas vezes os dois se desentenderam nos intervalos da escola. Claudio era muito forte e por ser mais velho evitava entrar em luta com Pedrão. Já o Pedrão só tinha tamanho de adulto, mas era um meninão de 13 anos repetente do ensino fundamental.
No fim do jogo, Pedrão tentou agredir o pobre do Kauê, somente porque ele era mais fraco. Kauê estava na arquibancada fazendo os seus desenhos quando Pedrão chegou bem perto acompanhado de seus amigos valentões. Tomou o caderno das mãos do garoto e foi logo dizendo palavras humilhantes:
- E aí nerd! O que se tá fazendo? Porra! Cê ta fazendo estes desenhos feios e sem graça, cara!
Sem remorso o valentão começou a rasgar o caderno de desenho do menino franzino e indefeso. Depois intimidou:
- E aí! Vai encará! Quer brigar comigo fracote?
Kauê se encolheu e como um gato assustado ficou acuado entre Pedrão e seus colegas valentões. Claudio então apareceu e com sua aparência de malhador de academia tomou as dores do menino mais fraco e disse:
- E aí Pedrão! Quer bater em fracotes? Por que não vem brigar comigo?
Pedrão ficou com o rosto rubro e sabendo que apanharia de Claudio resolveu debandar com seus companheiros prometendo que iria se vingar. Kauê aliviado agradeceu ao Claudio pela ajuda. Este disse que só fez o que qualquer um faria e saiu deixando o menino franzino para traz.

 

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