sábado, 23 de junho de 2012

Sessão Papo Cabeça: Livros polêmicos

Estamos no mês de junho. Muita gente está curtindo as festas regionais juninas; também é o mês em que os professores estão fechando as notas e os alunos se descabelam com as provas bimestrais. Logo, logo teremos os recesso de julho, para podermos ter um merecido descanço.
Aproveitando isto, vou logo recomendando uma lista de livro para os que gostam de literatura. Resolvi voltar com a nossa sessão de leitura depois de dar uma olhada na biblioteca em casa e reparei que tinha uns livros com temas bem legais para comentar.
Destes livros os temas vão desde de polêmicas religiosas a questionamentos existenciais. Para quem curte estes temas aí vão os autores e as obras:

Assim Falava Zaratustra, Friedrich Nietzsche, Ed. Escala.
Nietzsche (1844-1900) era filho de luteranos  e alemão. Viveu entre os grandes momentos das mudanças politicas, sociais e culturais da Alemanha: a militarização e o boom industrial dos germânicos, acrescido do crescimento acelerado das cidades e da pobreza das zonas rurais. Fora amigo do compositor Wagner e com sua filosofia discutia o complexo relacionamento do mundo apolineo e dionisiáco. Porém, foi discussando sobre a liberdade e o existencialismo que sua obra rendeu frutos do pensamento moderno ocidental. Obras como 'Humano demasiado Humano' e 'Assim Falava Zaratustra' desnudam o pensamento do homem que se vê perdido entre o passado e o futuro e uma busca pela rejeiçao de tudo que as tradições ditas absolutistas tinham de pior: o bloqueio da liberdade individual em nome de uma sociedade vista como correta e religiosa. Não á toa o termo 'super homem' cunhado por Nietzsche em Zaratrustra e a 'morte de Deus' acenderiam tantas discussões entre filosofos e religiosos. Em Zaratustra, por exemplo, Nietzsche usa  um sabio e  imagens metafóricas para expor sua visão do que 'aquilo que não nos mata nos fortalece' e clama pelo  homem o direito de viver a vida como convier sem dar satisfação a sociedade ou divindade.

A Biblia Não Tinha Razão, Israel Finkelstein, Ed. Girafa.
Por este livro quase fui linchado por um grupo de professores religiosos na escola em que leciono. Também pudera o autor do livro diz que muito dos fatos ditos na Biblia são farsas ou mitos inventados. Israel Finkelstein é  chefe do departamento de arqueologia em Israel. Judeu, ele escreveu um livro em que afirma através de estudos arqueológicos que personalidades como  Abraão, Moisés, Davi e Adão, são mais mitos do povo hebreu que seres reais que um dia existiram. Ainda estou lendo este livro e sei que não é o primeiro que desmente as sagradas escrituras. De toda forma para quem estuda religião deve ser lido por ter pontos bem interessantes para discutir.

Lolita, Vladmir Nabokov, Circulo do Livro editorial.
O russo Vladmir Nabokov escandalizou a sociedade na época em seu livro foi lançado em 1952. O mundo ainda ouvia os ecos dos estudos do Complexo de Édipo de Sigmund Freud e os movimentos feministas estavam dando pequenos ensaios. Logo o mundo teria mudanças radicais... enquanto isso o seu livro Lolita chegava as livrarias. Contando a saga do professor de literatura chamado de Hubert e que fica apaixonado por uma menina de 14 anos. Com a pedofilia em discussão nos dias de hoje, o livro de Nabukov se tornou mais atual do que nunca. Posteriormente a obra de Nabokov iria enfluenciar toda uma geração de escritores como Nelson Rodrigues e sua 'Presença de Anita'.

Os Simbolos Misticos, Brenda Mallon, Coleção Larousse.
Para os que gostam de estudo de ícones (iconologia) e semiotica os livros de Brenda Mallon são bastante simples e até pobres de conteúdo, mas possui a capacidade de atrair os leigos que gostam do assunto. Com varios simbolos que são destrinchados a autora explica de forma objetiva ícones que se tornaram representações de religiões e sociedades como a suástica budista, a cruz irlandeza e os arabescos muçulmanos. Recomendo para os exotéricos em geral.

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