terça-feira, 24 de maio de 2011

Expressionismo, Simbolismo e Surrealismo: medo e fetiche

Alguns movimentos artisticos conseguem chamar atenção mais que outros por alguns motivos na história. Uns são 'bancados' por autoridades clericais ou burguesas, outros por mecenas. No fim, a relação poder financeiro e ideologia de uma classe dominante transparece em muitos trabalhos artisticos.

Porém, existem aqueles casos, ou anomalias do mundo da arte que fogem ao controle das classes poderosas. Um exemplo da qual citei em um artigo anterior foi o Realismo. Aliás, depois do fim do século XVIII muitos artistas tentaram 'sair da saia' do clero e dos reis e imperadores. Esta busca por independência na maioria das vezes irá gerar um conflito. Teremos artistas incompreeendidos e que não gozarão do estatus que mestres como Leonardo Da Vinci, Michelangelo e Dürer tiveram em vida.

O exemplo clássico é do Van Gogh. Quando se quer fazer uma crítica negativa ao mundo das artes ele é sempre citado. A não valorização em vida de seu talento criou imagem de que todo artista irá morrer pobre e falido. Logicamente, se examinarmos com mais afinco a história da arte iremos encontrar em quase mesma proporção artistas que consiguiram exito ao lado de fracassos.
Mas o que o expressionismo, o Simbolismo e o Surrealismo tem com isso? As vanguardas européias, foram a forma mais transparente que o artista encontrou para dizer que não queria ter seu trabalho sufocado pelos mandos de um mecena. Nã á toa irá surgir muitas exposições das chamadas artes rejeitadas ou degeneradas. Estas obras na maioria das vezes não tinham o mundo greco-romano como influiencia e quando tinham eram para ser alvos de crítica do artista. Esta crítica ao mundo grego serve de combustivel para também criticar a sociedade como um todo: questionamentos a religião, a ciência, a familia, ao governo...
         
Os Simbolistas e os Expressionistas mostram o íntimo do ser humano nem sempre nobre ou heróico como gostavam os amantes da arte clássica. As imagens grotescas de nu ao lado de monstruosidades como Odilon Redon e Fusili mostram foram mal vistas no início e somente com o aparecimento do Expressionismo e do Surrealismo ganharam estatus de grande arte. O Expressionismo como o título sugere, é a maneira como o artista enxerga o mundo não com os olhos mas, com o sentimento que muitas vezes pode ser de medo ou repulsa. Edward Munch com o 'Grito' trouxe o medo da solidão e da loucura para o mundo das artes.

Depois do Expressionismo, o estudo do homem e sua psique serão um mundo a ser desvendado. Será o período em que a psicanalise irá surgir e  a obra de Sigmund Freud, "A Interpretação dos Sonhos", enfluenciará artistas como Salvador Dalí e Man Ray além de forma indireta Marcel Duchamp. Estamos em pleno século XX e a eclosão das duas grandes guerras quando estes movimentos apareceram.
   
O fetiche (desejo por algo ou alguem que lhe de prazer e satisfação) e a crítica a valores familiares e religiosos serão imagens recorrentes no trabalho destes artistas surreais. Por trabalharem com os conflitos internos do homem estes movimentos de vanguardas seriam duramente criticados, pois no fundo ninguem quer confrontar os seus monstros internos. Não é por acaso que a base da arte Surrealista são os sonhos e pesadelos que na verdade são depositos de nossos medos e desejos mais intimos que guardamos para nós mesmos  e que não admitimos que temos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário