sábado, 5 de março de 2011

Carnaval: Da festa do vinho para a festa da Carne

O mês de março é o período do Carnaval (geralmente é em fevereiro). Uma festa de cunho popular e que por isto deveria congregar toda a sociedade independente da classe social, raça ou religião. Logicamente que nem sempre funciona desta forma. O carnaval carioca, por exemplo, se tornou um espetáculo para ser mais apreciado via tv do que ao vivo, já que se tornou uma forma de capitalizar dinheiro e as autoridades juntos com escolas de samba perceberam o poder de marketing que é juntar estrelas da mass media é patrocinadores multinacionais e turismo; resultado: a vinda de estrangeiros dispostos a se divertir e apreciar um carnaval que às vezes deixa de lado a população local devido os preços altos de hoteis e camarotes para ver escolas na avenida.

Inicialmente o Carnaval ( termo em grego seria festa da carne) era  conhecido na Roma Antiga como festa de Baco ou festa bacanal (vinho). Na Grecia era uma festa  para comemorar os vinhedos e agradecer  a Baco pela vinha. As mulheres dançavam e tocavam instrumentos para divertir a divindade e depois de tomar muita dose escessiva de vinho iniciavam orgias. O povo grego muito culto tolerava a festa e não via problema nenhum nisso. Porém, com a conversão do imperador Constantino no início do século IV ao cristianismo alegando ter expulsado os inimigos na Ponte de Milvia depois ter tido um sonho profético, toda a sociedade greco-romana mudou.
  
O pensamento judaico-cristão não tolerava a festa de Baco bem como a idolatria aos deuses gregos, iniciando uma perseguição ideologica a seus adoradores. Muitos eram perseguidos e torturados pois eram acusados de sodomia, orgia e sacrificios humanos durante a festa. Neste periodo a Igreja Católica estava estabelecendo as suas bases teológicas muitas vezes através da força do que pelo 'amor ao próxmo' como pregara Jesus.
De certa forma a maneira ofensiva da Igreja agir mais parecia uma forma de vingança violenta para descontar os dias de perseguição em que cristãos eram massacrados no coliseu romano por leões e gladiadores. Ironicamente, as festas de bacanais continuavam a acontecer às escondidas nas florestas romanas durante a noite. A Igreja passou bom tempo tentando neutralizar a festa, apelando para a Quaresma ( uma especie de peregrinação espiritual na qual o fiel deveria ficar de jejum e oração durante quarenta dias, relembrando os quarenta dias de jesus no deserto e os quarenta anos do exodo hebreu do Egito) ainda hoje adotada para desviar as pessoas da festa da 'carne'.
   
O Carnaval acabou por reação se extendendo por todo o mundo tanto que é comemorado em vários lugares e países de acordo com a cultura. Em Veneza temos os bailes de máscaras, em Pequim temos o carnaval chinês e por aí vai. Em contra partida os católicos e protestantes tentam de toda maneira neutralizar a festa com cruzadas e shows que ocorrem nos dias da festa para assim levar almas para o Céu. O pensamento cristão ainda vê a festa da carne como um mal sobre a terra basta ver filmes como 'Caligula' e 'De olhos bem fechados' para termos uma visão de orgia e banalidade sobre a festa.
    

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