sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Leitura de Imagens: doce ilusão

Sabe aquela propaganda de cerveja com a garota super bonita em uma praia e um monte de gente se divertindo, ou o carro que corre em uma estrada deserta com o por-do-sol ao fundo? E aquela propaganda do gerente de banco que recebe o cliente com o sorriso estampado no rosto e feliz? Se em dia da sua vida nenhum desses momentos aconteceram com você, não fique triste, isto é tudo ilusão.

Assim como na pintura, na escultura e no desenho, as imagens da tv ou do cinema nunca condizem com a realidade. Mas você pode me dizer: "Eu sei disso!" Porém em alguns momentos parece que esquecemos. Se não como eu compraria o tênis mais bacana da moda ou o sabão que deixa mais branco a roupa? na maioria das vezes não filtramos tudo que vem ao nossos olhos.
No Jornal nacional, por exemplo, existe o editor de imagens. É ele que seleciona o que vemos no jornal: qual o melhor angulo do rosto do apresentador, qual a cena é menos chocante para o publico ver, em que momento colocar uma música dramática para potencializar a cena de tragedia...de repente tudo parece um filme. O fato mais real vira uma fantasia graças a edição de imagens.

O interessante é que isto o homem vem fazendo desde a Pré-história, imaginando que desenhando um bisão na parede da caverna ele capturaria a alma do animal desenhado, ou os desenhos que imitavam portas e janela feitas nas casas romanas, ou criando a imagem de uma divindade para salvar a alma. Não importa, tudo acaba sendo uma doce ilusão.

No período barroco, o pintor Caravaggio usava como modelo prostitutas e bebados e transformava-os em Maria, Jesus Cristo e os apóstolos.  Assim, quem via um quadro dele em uma igreja não percebia que ele usava pessoas comuns ou até desprezadas pela sociedade para questionar o Cristianismo. Edvard Munch quando pintou o quadro 'A puberdade' em 1895, estava descrevendo a perda da virgindade e da inocencia de uma menina.
                   
Hoje em dia se fala muito em pedofilia e Munch fez este trabalho antes do tema se tornar popular nas sociedade. Para muitos que ja viram este quadro, talvez este tema não ficou evidente.
Neste casos o que falta é analisar estas obras e outras imagens recorrendo a biografias, estudar a história e questionando o que o artista quis passar fazendo este ou aquele trabalho. O mesmo se deve fazer com as propagandas, programas e filmes na qual as vezes parece dificil entender o significado, ou mensagem que não condiz com o mundo que vivemos. Podemos ter imaginação e fantasias, mas temos que evitar a alienação.

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